A voz na Segurança Pública é tema de live do CREFONO1 no mês da Voz

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A comunicação pode resolver, minimizar ou gerar conflitos. A partir dessa ideia, a fonoaudióloga Mônica Azzariti (CRFa 1-9591) participou na noite desta segunda-feira, 29 de abril, de uma transmissão ao vivo pelo Facebook do CREFONO1, onde analisou a Voz na Segurança Pública. Os conselheiros do 12º Colegiado Gisele Stumpf (CRFa 1-11766) e Victor Veríssimo (CRFa 1-7900-4) mediaram a live, mais uma ação do CRFa 1ª Região para celebrar o Dia Mundial da Voz, comemorado em 16 de abril, dentro da Campanha Seja Amigo da sua Voz, da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa) em parceria com o Sistema de Conselhos Federal e Regionais de Fonoaudiologia.

Mônica Azzariti atua há 15 anos na área de Segurança Pública. “Entrei na Fonoaudiologia para trabalhar na área educacional, mas na faculdade me apaixonei pela área de Voz. Já formada, li uma matéria em que um perito falava sobre o exame para identificar as pessoas pela voz. Aí surgiu o interesse por essa área que era uma novidade, um desafio na época”, contou.

Para ela, é fundamental que o profissional que queira atuar com perícia, não só de Voz, mas de qualquer campo dentro da Fonoaudiologia, se especialize em sua área de atuação. Mônica Azzariti fez especialização em Voz, Linguística e Segurança Pública e atualmente faz doutorado, tendo como foco o processo de negociação de reféns.

Mas Azzariti ressalta que o perito fonoaudiólogo pode atuar em diversas outras instâncias, não só na área criminal. Há espaço e necessidade de fonoaudiólogos também na área cível e trabalhista. Há processos onde são exigidas perícias na área hospitalar, em home care, audiologia ocupacional, etc. “Na Segurança, a atuação do fonoaudiólogo vai muito além de fazer uma análise para identificar se é aquela voz ou não. Podemos atuar em todas as forças de Segurança, de várias maneiras, desde o aprimoramento do uso da voz, ferramenta de trabalho desses profissionais, até ensiná-los a analisar a emissão vocal e todo o processo comunicativo”, exemplificou.

Ela informou que se você é especializado em sua área de atuação, é possível se cadastrar no Tribunal de Justiça, no âmbito estadual, ou no Fórum de seu município e ser um perito. E isso independe de ter curso de perito ou não, já que a Justiça oferece treinamento para a função.

Mônica Azzariti revelou que a Delegacia Antissequestro do Rio de Janeiro conta com um programa de banco de dados que descreve a comunicação de sequestradores. “É a possibilidade de fazer um raio X dessa emissão (vocal) e colocar essas características armazenadas. Se, no futuro, essa pessoa voltar a  cometer um crime, tendo a sua voz gravada, esse banco de dados leva para as vozes que têm essas características”, o que facilitará a localização do sequestrador.

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Outro objeto de trabalho do dia a dia de Mônica Azzariti é a comunicação não verbal e a expressividade. “Nossa carreira é muito abrangente. Não existe só a área clínica. A gente trabalha a comunicação, uma melhor performance comunicativa, a análise da comunicação e não tem um contexto clínico. Quando há necessidade de intervenção clínica, acontecem os encaminhamentos”, salientou.

Azzariti também respondeu várias perguntas dos internautas, como a Fonoaudiologia na negociação, dificuldades de quem trabalha na área, mitos da Fonoaudiologia Forense, avaliação da expressividade na identificação de criminosos, a relação entre a Fonoaudiologia Forense e o Direito, multidisciplinaridade, coleta de material para perícia, comunicação com menores infratores, condutas dos agentes de segurança voltadas para o deficiente, recursos tecnológicos para análise da expressividade, entre outras.

Os internautas que ficaram até o final da transmissão participaram do sorteio do livro “Diálogos de uma Tortura: Discursos de um Crime”, de Mônica Azzariti. A partir da trama de um assassinato, comandado à distância pelo narcotraficante Fernandinho Beira- Mar, a autora desenvolve suas reflexões científicas. O estudante de Fonoaudiologia Patrick Amaral foi o ganhador da publicação.

Em seu comentário final, ao término da transmissão, Azzariti considera muito importante o fonoaudiólogo se conscientizar do seu papel na sociedade. E isso inclui a Segurança Pública. “Nós temos um papel fundamental dentro desse ambiente”, assegurou.

Acesse aqui o vídeo com a íntegra da transmissão ao vivo.

 

Por Rose Maria, Assessoria de Imprensa

Em 30 de abril de 2019

Fotos: Comissão de Divulgação

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