Coronavírus: Recomendações CFFa e CREFONO1

O governo estadual do RJ publicou nesta sexta-feira, 13, o Decreto Nº 46.970, estabelecendo medidas preventivas temporárias de enfrentamento ao novo coronavírus, que deverão ser seguidas pela população fluminense nos próximos 15 dias.

O CFFa (Conselho Federal de Fonoaudiologia) publicou hoje, 16 de março, recomendações de cuidados com a doença causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), a Covid-19, declarada pandemia pela OMS (Organização Mundial de Saúde), nas atividades ou atendimentos realizados pelos fonoaudiólogos.

Sabe-se que o período de incubação do novo coronavírus é de 5 a 14 dias, sendo que a transmissão pode ocorrer mesmo sem o aparecimento de sinais e sintomas. Até o momento, não há informação suficiente sobre quantos dias antes da manifestação de sinais e sintomas uma pessoa infectada pode transmitir o vírus. Atualmente, a taxa de mortalidade é de cerca de 2% de todos os infectados, mas esse número varia drasticamente conforme a idade e o estado de saúde de cada pessoa.

O número de casos confirmados tem avançado nos últimos dias, já estando comprovada a transmissão comunitária. O Ministério da Saúde vem atualizando diariamente os dados acerca do número de casos confirmados de Covid-19 no mundo e no Brasil. Os dados consolidados e atualizados pelos municípios, estados e pela OMS, incluindo a lista de países com transmissão local, estão disponíveis na Plataforma Integrada de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (IVIS), disponível no endereço eletrônico http://plataforma.saude.gov.br/novocoronavirus/.

A Fiocruz também lançou um hotsite dedicado ao tema: https://portal.fiocruz.br/coronavirus.

Aos Fonoaudiólogos, recomenda-se atenção e o uso dos equipamentos de proteção individual (EPI), evitando exposição e contágio pelo novo coronavírus.

Caso o fonoaudiólogo considere necessário realizar o atendimento por meio de tecnologia da informação e comunicação neste período de contenção da transmissão do vírus, os serviços deverão ser prestados, em caráter de emergência, de acordo com a Resolução CFFa nº 427, de 1º de março de 2013, como forma de garantir a continuidade e prestação de serviços de qualidade e em condições apropriadas.

Os sintomas são similares a uma gripe. Geralmente é uma doença do trato respiratório superior, de leve a moderada, mas alguns casos podem ser graves. Os sintomas mais comuns são: febre, tosse e dificuldade para respirar. Alguns pacientes podem apresentar cansaço, dores no corpo, mal-estar geral, congestão ou corrimento nasal, dor de garganta ou dor no peito e febre. Naqueles indivíduos com um sistema imunológico enfraquecido, idosos e muito jovens, há uma chance do vírus causar uma doença do trato respiratório mais baixa e muito mais grave, como uma pneumonia ou bronquite. Apresentar os sintomas não significa necessariamente que a pessoa tem a doença, porque são sinais semelhantes a outras doenças muito mais comuns, como gripes e resfriados.

Em caso de sintomas detectados, os fonoaudiólogos deverão encaminhar os pacientes para atendimento médico a partir dos sintomas relatados e suspender o atendimento fonoaudiólogico pelo tempo determinado pela equipe de saúde.

Sendo assim, o CFFa recomenda:

1 – Nos atendimentos em consultórios, clinicas de saúde ou instituições de longa permanência:

  • Higiene das mãos antes e depois de contato com pacientes e materiais; antes e após colocar e remover os EPIs; é fundamental melhorar drasticamente seu HÁBITO DE LAVAR AS MÃOS. Sabão e água são tão eficazes como desinfetantes para as mãos, assim como álcool gel 70%. Lave suas mãos o máximo possível. Tente lavar as mãos por até 30 segundos de cada vez. Fazer isso deve ser de sua responsabilidade pessoal.
  • Realizar a limpeza e desinfecção de objetos e superfícies tocadas pelos pacientes ou equipe, com frequência;
  • Evitar exposições desnecessárias entre pacientes, profissionais e instituições de longa permanência;
  • Orientar familiares, cuidadores e população em geral sobre as medidas de prevenção e controle do Covid-19;
  • Manter-se informado por meio de fontes de informação oficiais;
  • Cumprir as medidas de controle de infecção, tanto institucionais quanto dos órgãos como Ministério da Saúde, ANVISA e Secretarias de Saúde;
  • Máscaras cirúrgicas: As máscaras faciais são recomendadas apenas para uso por indivíduos sintomáticos (aconselhados por um profissional de saúde) e para profissionais da área da saúde, para reduzir o risco de transmitir a infecção a outras pessoas. Devem ser trocadas a cada 2 horas, sendo removidas usando técnica apropriada (não tocar na frente, removendo sempre por detrás). O uso não substitui a higienização das mãos. ​

2 – Em atendimentos em domicílio e homecare, além das recomendações descritas acima, cumprir com as seguintes determinações:

  • Higienizar as mãos antes e depois de contato com pacientes e materiais; antes e após colocar e remover os EPIs. Utilizar os seguinte EPI’s nos atendimentos: protetor ocular, luvas, avental/capote, máscara padrão de segurança (N95, N99, N100, somente em casos específicos) e máscara cirúrgica (evitar tocar na máscara, não tocar na frente; remover sempre pegando por detrás). A cada atendimento, substituir a máscara usada por uma nova, limpa e seca;
  • Uso de luvas de procedimento: nunca tocar desnecessariamente superfícies e materiais (telefone, maçanetas, portas) quando estiver com a luva; o uso de luvas não substitui a higiene das mãos; proceder à higiene das mãos imediatamente após a retirada das luvas;
  • Uso do avental descartável: Deve ser utilizado durante o atendimento e devidamente descartado após o uso;
  • Equipamentos de uso compartilhado entre os pacientes (estetoscópios, aparelhos de aferir pressão, massageadores e outros) devem ser limpos e desinfetados com álcool 70% após cada uso;

3 – Nos ambientes hospitalares, recomenda-se seguir as deliberações de cada hospital.

Em todas as situações de atendimento, é importante perguntar sobre sintomas para verificar a possibilidade de contaminação prévia pelo SARS-CoV-2.

A Secretaria de Atenção Primária à Saúde publicou o Protocolo de Manejo Clínico do Novo Corona Vírus (COVID-19) na Atenção Primária à Saúde, anexo.

O Ministério da Saúde disponibilizou, ainda, aplicativo para iOS e Android, com o objetivo de facilitar o acesso às informações sobre o Coronavírus Covid-19 e combater a propagação de notícias falsas, com informações de prevenção, descrição de sintomas, formas de transmissão, mapa de unidades de saúde, entre outros serviços. Os aplicativos estão disponíveis para os sistemas operacionais iOS e Android.

É necessário seguir as recomendações do Ministério da Saúde, assim como das Secretarias Estadual e Municipais de Saúde.

O momento pede ações conjuntas entre sociedade, pesquisadores e profissionais de saúde para que busquem o rápido enfrentamento desta pandemia, diminuindo os danos à saúde da população e as consequências sociais e econômicas em nosso país.

Por Rose Maria S. Alves, Assessoria de Imprensa

Fonte: CFFa e Comissão de Saúde CREFONO1

Em 16 de março de 2020

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