O CREFONO1 promoveu em 16 de abril, Dia Mundial da Voz, um encontro para debater temas da atualidade relativos à área de atuação. O Encontro da Voz reuniu profissionais e acadêmicos, no auditório do Conselho Regional de Fonoaudiologia do Rio de Janeiro, no Centro do Rio, e contou com a participação da fonoaudióloga Cristiane Magacho (CRFa 1-9345), falando sobre dermatoglifia, de Jane Celeste Guberfain (CRFa 1-1574), em troca de experiências sobre a voz no teatro e cinema e de Viviane Fontes (CRFa 1-8839), analisando a Voz Ocupacional e a importância da notificação de agravos para o surgimento de políticas públicas tanto na saúde vocal como auditiva.
Uma enquete com a participação da classe definiu o dia do Encontro da Voz. A presidente do CRFa 1ª Região, Lucia Provenzano (CRFa 1-1700), abriu o fórum de debates, dizendo que o auditório do Regional é um espaço de discussões sempre aberto aos fonoaudiólogos do Rio de Janeiro, seja para encontros técnicos, seja para reuniões e grupos de trabalho.
Na ocasião foi lançado o vídeo produzido pelo CREFONO1 em homenagem a todos os profissionais da Fonoaudiologia que atuam na área de Voz. Veja o vídeo.
Cristiane Magacho falou a todos sobre a ciência que estuda as impressões digitais, que são marcadores genéticos, e sua correlação com a Fonoaudiologia. “Já temos essa relação em Voz, Disfagia e Motricidade Orofacial. Quando você faz exercícios a partir da análise da dermatoglifia, você pode identificar que é preciso fortalecer a resistência, por exemplo. Conseguimos altas mais rapidamente ou mesmo podemos criar um programa de treinamento personalizado, que vai suprir as necessidades do cliente mais rápido”, afirmou.
Já Jane Celeste Guberfain, professora da UniRio, trouxe sua experiência com orientação vocal e as principais queixas de atores para o debate. “No teatro, musicais, cinema, TV, o fonoaudiólogo tem o papel de preparador vocal e pode auxiliar em aspectos interpretativos, na expressividade, muito além da oratória”, disse. E passou a analisar casos de sua vida profissional e a eficácia do método criado pela precursora Glória Beuttenmüller (CRFa 1-42), o Método Espaço Direcional Beuttenmüller. “O segredo é coordenar a respiração junto com a fala”, ensinou.
Viviane Fontes abordou aspectos da Voz Ocupacional pelo viés de questões políticas e epidemiológicas. “O Protocolo para notificação dos Distúrbios de Voz Relacionados ao Trabalho está hoje no Ministério da Saúde, aguardando publicação. É o reconhecimento da Disfonia como doença ocupacional, o que significa um grande avanço na saúde do trabalhador, tanto em termos da notificação do agravo, quanto no planejamento de políticas públicas de saúde”, disse Viviane. E completou: “Isso propicia a criação de linhas de cuidado, com foco na vigilância em saúde, intervindo nos ambientes e condições de trabalho”.
A fonoaudióloga do Cerest-RJ (Centro de Referencia em Saúde do Trabalhador) lembrou que a Resolução SES nº 674/2013 redefiniu a relação de doenças e agravos de notificação compulsória no âmbito do Rio de Janeiro: são, ao todo, 15 agravos ou doenças de notificação compulsória em todo o estado, entre elas a disfonia ocupacional e a perda auditiva induzida por ruído relacionada ao trabalho. “A Resolução do Conselho Federal de Fonoaudiologia nº 428/2013 dispõe sobre a atuação do fonoaudiólogo na saúde do trabalhador e estabelece ser dever do fonoaudiólogo notificar o SUS, através do SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), os distúrbios fonoaudiológicos de notificação compulsória relacionados à saúde do trabalhador”, enfatizou Viviane Fontes.
A apresentação das cantoras líricas Amanda Gonzalez e Maria Clara Justino fechou o Encontro da Voz 2018.
Por Rose Maria, Assessoria de Imprensa
Fotos: Divulgação CREFONO1