Live sobre IVAS alerta: infecções podem levar à perda auditiva e comprometer o desenvolvimento infantil

Live IVAS 3

Toda criança deve passar por, pelo menos, uma avaliação auditiva, seja recém-nato (Triagem Auditiva Neonatal Universal – “Teste da Orelhinha”) ou na idade pré-escolar. A conclusão é do fonoaudiólogo Victor Hygor Veríssimo de Farias (CRFa 1-7900-4), conselheiro do 12º Colegiado do CREFONO1, e da otorrinolaringologista Zelinda Maria Silva Braga Dornellas, que participaram na noite desta segunda-feira, 17 de junho de 2019, de uma transmissão ao vivo pelo Facebook, a partir da página oficial do Regional na rede social, sobre “Infecções das Vias Aéreas Superiores (IVAS) e Alterações Auditivas na Infância”.

Ambos ressaltaram que ter muitas otites na infância pode favorecer que a criança tenha alterações no Processamento Auditivo Central, o que pode levá-la a ter dificuldades de aprendizagem, de fala, ou de leitura ou escrita, porque não apreende os sons corretamente, mas distorcidos.

Victor Veríssimo é fonoaudiólogo especialista em Motricidade Orofacial e Audiologia e Zelinda Dornellas é mestre em Otorrinolaringologia. “Admiro muito essa profissão (de fonoaudiólogo). A gente vive num país onde muitas pessoas ainda acham que o fono é ‘fisioterapeuta da fala ou da voz’. É muito triste um profissional que tem atuação desde a infância ao idoso não ter o destaque e reconhecimento que merece, por desconhecimento mesmo. E a importância de sua atuação deve ser destacada, plive IVAS Esther e Alyneor exemplo, na formação dos pediatras, que devem estar conscientes da importância de uma avaliação fonoaudiológica para o perfeito desenvolvimento da criança”, afirmou Zelinda.

A presidente do CREFONO1, Esther Araújo (CRFa 1-8177) e a conselheira da Comissão de Audiologia, Alyne Bragança (CRFa 1-12920) acompanharam de perto a transmissão ao vivo.

Zelinda Dornellas, professora que leciona desde 1993, tanto para graduação quanto pós-graduação, informou que de 0 a 2 anos a tuba auditiva (canal que liga a orelha média à faringe e que ajuda a manter o equilíbrio da pressão do ar entre os dois lados da membrana timpânica) favorece a drenagem de secreção diretamente para a orelha média. Segundo ela, o que pode acarretar maior comprometimento para a perda auditiva é a otite média secretora ou crônica, que muitas vezes não vem acompanhada de dor ou febre.

“A aquisição da fala e da linguagem é diretamente proporcional à qualidade auditiva”, disse Victor Veríssimo. Já Zelinda destacou que é a integridade da orelha média que permite que não ocorra o fenômeno da refração do som. Por isso, a otorrinolaringologista não recomenda viajar de avião ou subir a serra resfriado, em função da pressão. “Isso pode levar até mesmo à ruptura da membrana timpânica”, alertou.

Ela também condena o uso de hastes flexíveis para limpar a orelha. “Cera não é doença, mas defesa do aparelho auditivo. A cera hidrata a pele, é fungicida e bactericida, impede que corpos estranhos penetrem na orelha. E a orelha externa é auto limpante”, ensinou.

live ivas 5.1Da mesma forma, tanto Zelinda quanto Victor ressaltaram que não se deve compartilhar fones de ouvido nem usá-los com volume alto. “O uso de fone de ouvido muito prolongado pode causar perda auditiva. Recomendamos a fórmula 60 por 60: 60 minutos, no máximo, de uso, a 60% de potência. E o fone externo é melhor que o intra auricular, porque a pressão é menor”, afirmou Victor.

Internautas perguntaram como pais e professores devem agir diante de sinais de perda auditiva ou de IVAS. Zelinda Dornellas disse que o professor deve ficar atento à criança que tem dificuldade de aprendizagem. “O mais comum é rotular de preguiçoso, burro, hiperativo, quando a criança não escuta ou não enxerga direito. O mais simples é recomendar aos pais que façam exames oftalmológicos e avaliações auditivas, de preferência com fonoaudiólogos especializados, e o otorrino para avaliar a parte clínica. Não se deve amamentar a criança deitada, porque quando ela deglute (engole), pode ser que o leite materno vá para dentro da cavidade timpânica, onde só deve existir ar. Diante da dor de ouvido, calor local e medicação oral. Pingar gotinha no ouvido, não”, recomendou.

Os dois profissionais de saúde disseram que o melhor é a prevenção. Como as Infecções das Vias Aéreas Superiores são mais comuns entre o outono e inverno, para evitar a gripe, o melhor é a vacinação. Já para prevenir resfriados, evitar ambientes fechados, que não tenham circulação de ar, entre outras medidas.

Zelinda Dornellas presenteou os fonoaudiólogos com uma apresentação com informações básicas sobre IVAS e orientações para prevenção. Acesse aqui.

Para acompanhar a íntegra da transmissão, visite o Facebook do CREFONO1 ou acesse as duas partes da transmissão aqui mesmo:

Parte 1

Parte 2

 

Por Rose Maria, Assessoria de Imprensa

Fotos: Rose Maria

Em 19 de junho de 2019

Comentários estão fechados.